Drywall: o que é e como usar na decoração

❚ Ao pé da letra, drywall significa parede seca, em inglês. Isso porque, diferentemente do método tradicional de construção com alvenaria, não exige o uso de água nem de argamassa, o que resulta em uma obra limpa, que, de forma geral, produz apenas 5% de resíduos. “Para se ter uma base de comparação, a alvenaria gera 20% a mais”, comenta João Alvarenga, coordenador técnico da fabricante Knauf do Brasil. Em contrapartida, não pode ter função estrutural nem ser aplicado em fachadas.  

❚ Rapidez na execução é outra marca registrada do drywall, que chega prontinho para a instalação no local – em um dia, um profissional especializado consegue erguer até 15 m².  

❚ Basicamente, o sistema se constitui de perfis de aço galvanizado – guias colocadas no piso e no teto e montantes verticais aparafusados nelas – onde vão presas as placas de gesso envolto em papel-cartão, o chamado gesso acartonado. O miolo desse conjunto pode ser oco, formando um colchão de ar entre as chapas, ou recheado com materiais que melhoram o isolamento térmico e acústico. Com parafusos e ferragens próprias, as chapas de gesso são unidas e, para camuflar as emendas, são aplicadas fitas de papel microfurado nas juntas e uma camada de massa específica para drywall em toda a superfície. Em seguida, basta lixar e escolher o acabamento.

Nichos com iluminação embutida valorizam os objetos de decoração

❚ Que tal acoplar pontos de luz em nichos? O trabalho é simples, desde que seja previsto no projeto. Assim, o desenho da estrutura já será pensado de modo que tenha espaço interno suficiente para a passagem da fiação elétrica e a instalação dos spots. Se as luminárias forem leves, nem se preocupe com elas. “Caso eleja modelos com mais de 3 kg, será necessário prever uma estrutura auxiliar para garantir a sustentação”, diz o coordenador técnico da Knauf do Brasil. 

❚ O profissional contratado para a execução do projeto é quem rasga as chapas para embutir os spots. Para tanto, é usado um serrote de ponta, que não fissura o gesso. Porém, não esquente a cabeça se isso acontecer, pois o conserto é muito fácil: basta cobrir a rachadura com massa para drywall. 

❚ Dê preferência a lâmpadas frias, como LED ou fluorescentes. Mas saiba que, mesmo que use algum tipo mais quente, não é necessário atentar para o aquecimento das placas: as do tipo standard, mais comuns, dão conta desse calor.

Aliado de peso, o drywall suporta grandes cargas. Mas fique atento!

❚ Quer pendurar um quadro na parede de gesso acartonado? Não tem problema, contanto que o peso não ultrapasse 10 kg. Se a carga exceder esse limite, saiba que as placas não aguentarão; portanto, é preciso prever a instalação do objeto diretamente nos perfis metálicos. E, como a estrutura de aço também não pode ser sobrecarregada, o limite por ali são 18 kg. Acima disso – caso a ideia seja fixar uma TV, por exemplo – é fundamental recorrer ao uso de placas de reforço, feitas de madeira ou de aço galvanizado. “De modo geral, elas têm 0,95 mm de espessura e vão aparafusadas na parte interna da estrutura, entre os montantes verticais”, orienta Douglas Meirelles, coordenador do departamento técnico da fabricante Placo. 

❚ Outro reforço que pode ser adicionado ao sistema de drywall é a proteção acústica. A aplicação de um material isolante, como lã mineral, no interior da parede aumenta, e muito, o conforto: uma divisória de 75 mm de espessura reforçada com esse recheio é capaz de barrar até 44 dB, contra 38 dB das alvenarias feitas de tijolos maciços.

Flexibilidade para brincar com linhas curvas e fazer reparos facilmente

❚ O drywall permite a montagem de paredes sinuosas, com raios de curvatura de até 30 cm. O procedimento é similar à montagem convencional reta: primeiro são aparafusadas as guias no piso e no teto – neste caso em formatos curvos – e, em seguida, são fixados os montantes verticais, onde se prendem as placas de gesso. Para essa situação, é usado um número maior de montantes, o que garante a fixação perfeita das chapas. Na hora da instalação, as placas de gesso acartonado são umedecidas, técnica que proporciona mais maleabilidade no manuseio. 

❚ Fácil de trabalhar, o gesso acartonado permite reparos e emendas na superfície sem dores de cabeça. Imagine que seja preciso acessar uma tubulação que passa por dentro da parede seca. Uma parede de alvenaria pediria rasgos, refação do reboco, geraria entulho... Com o drywall, basta serrar o local e, depois, fechá-lo com uma placa de reparo, vendida em homecenters – é só cortála no tamanho exato, encaixá-la na abertura e ocultar as emendas com massa específica e com o mesmo acabamento do restante da divisória.

Liberdade para vestir as paredes de drywall como e onde quiser

❚ Só de bater o olho não dá para distinguir uma divisória de drywall de uma de alvenaria. Isso porque o gesso acartonado pode receber diversos revestimentos, a exemplo de azulejo, pastilha e porcelanato. Esse tipo de material deve ser assentado com argamassa colante flexível, conforme orientação da Associação Brasileira do Drywall. O rejunte deve ser específico para o material. Laminado, adesivo, papel de parede e pintura com tinta acrílica também estão liberados. João, da Knauf, recomenda evitar apenas os produtos à base de cal, que têm baixa aderência. 

❚ O sistema pode ser usado em qualquer ambiente, contanto que as chapas sejam escolhidas com critério, de acordo com o uso. Há três tipos: a standard (ST), mais comum, escalada para áreas secas; a rosa (RF), resistente ao fogo; e a verde (RU), indicada para áreas molhadas (vale banheiro, mas não fachada, pois não suporta as intempéries). Para se ter uma noção de preço, cada placa custa R$ 28,90, R$ 33,90 e R$ 38,90, nessa ordem, nas medidas de 1,20 x 1,80 m (da Knauf, na Leroy Merlin).

*PREÇO-S PESQUISADOS EM 20 DE AGOSTO DE 2015, SUJEITOS A ALTERAÇÃO.

Os projetos a seguir provam que o uso do gesso acartonado vai muito além das divisórias, permitindo criar estantes, nichos, painéis curvos e efeitos decorativos de encher os olhos.